Ó, Lua, por que choras?
Tu, que hoje derramaste
tantas lágrimas infiéis,
arrasaste vidas honestas,
despedaçaste almas tão inermes.
Céus, mas por que tanta raiva?
O fogo nos teus olhos
é a lágrima nos olhos dos coitados
que, agora, desprovidos de abrigo,
choram, ao relento,
a agonizante dor da perda.
Mundo, por que és assim, tão injusto?
Sinto o bater aflito
dos diversos corações,
desnorteados, abandonados
pela esperança e fé.
Sob lágrimas de Fevereiro,
vidas são arrancadas
num clarão de um relâmpago,
tetos que desabam sobre
cabeças inocentes.
Céus, piedade de nós todos.
Fecha-te os olhos vermelhos,
impiedosos e desumanos,
mas talvez não tão desumanos,
tendo em vista que foi o próprio homem
quem cavou sua cova.
Edgar Martins
Um comentário:
As chuvas são lágrimas que a terra derrama sobre ela mesma...
Que as chuvas de inspiração, amor e sorriso caiam sobre você, meu velho!
Um grande abraço!
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