sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Come walk with me

Vamos, vamos passear.
Estamos na calada da noite,
ninguém poderá nos ouvir.

Venha, sem chances de hesitar:
a brisa corre suave lá fora
e o real está pra se esvair.

Ora, mas por quê?
A Lua só espera por nós,
não há o que temer.

Sim, o mundo há de esperar.
A rua, a vida, a noite. Só de nós dois.
Vamos, e não se esqueça de trazer o chá.

domingo, 10 de maio de 2009

Quebrando a rotina

Hoje resolvi recriar meu estilo.
Fartei-me de procurar coisas pra dizer,
buscar palavras refinadas, rimas,
versos que soassem bonitos ao meu ver.

Sabe, geralmente se escreve sobre algo.
Mas hoje, em especial, nada lhe direi.
Ou talvez, seu ponto de vista lhe dirá:
até onde vai a sua capacidade de interpretar?

Depende muito do que viveu, do que aprendeu.
Muita gente não vê, e diz que entende,
outros tantos entendem, mas fingem não ver.
Pergunte-me agora: afinal, o que pretende?

E então eu lhe direi: pretendo escrever.
Isso basta? Se não quiser, nem responda,
Não saberei mesmo. Agora, o que importa
é que eu escreva e que você venha ler.

Já conseguiu identificar o que quero dizer?
Digo o mesmo. Hoje não é um bom dia.
Quem pensa que escrever é fácil,
é porque nunca aprendeu a ler.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Meu desejo é uma ordem

“Escreva agora” – Ordenou-me bela senhora.
O que faço de mim? Teu desejo é uma ordem.
Teu ou meu? Insatisfação... Mas que desordem!

O mundo não gira há três meses.
O que aconteceu? Não entendi:
A terra girou cem vezes e eu não senti.

Senti-me tão sufocado nesse instante,
Um desastre, via meu semblante?
Quase perco minha válvula de escape.

Precisei de ti , querida majestade,
Para me reintegrar como o poeta
Que nunca fui ( dubiedade).

O que fazes comigo que nunca sei?
Desde que te conheço, esqueci
O que é viver sem pensar em ti.

Enfim, disponho-me ao teu desejo.
Aborto de minhas funções,
E despeço-me (com um beijo).

Atenção!

Todos os textos são da autoria de Edgar Martins, cujos direitos de autoria são reservados.