sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Indigente


Sem teus olhos
sou apenas um cego
jogado no espaço,


vagando os céus,
sem caminho,
deixando-me esvair
às custas do vento.


Sem teu corpo
me reduzo ao vazio,
um mendigo em desespero,
um nada sem abrigo.


Sem teus carinhos,
perambulo às noites

à procura de um alicerce


que me sustente,
sacie meus desejos,
cure meus vícios,

cessando meu estado inerte.


Sem teu ser nada sou.
Eu não vejo, não respiro,
vegeto alucinado,
entre choros e suspiros,
implorando, suplicando


por teu sangue

que me corre às veias,


por teu beijo

que renasce o meu ser,


por teu amar
que enfim me resgata
do meu estado indigente.
Edgar Martins

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Versos e suspiros

Para Rachel da Silveira


Se, ao som dessa bossa,
não colho palavras
que um dia plantei,


diga-me então
com que versos,
senão estes,
te presentearei.


Recorro ao Sol,
Lua, mar e música,
mas nada além
do teu rosto
é poesia ao meu olhar.


Entrego-me agora
ao relento, desejando,
suspirando por um verso


que te toque a alma,
que te arranque o peito,
que te dilacere o teu amar.
Edgar Martins

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Extravasar


Cuspir tudo o que há de mal.
Explodir, estourar, fazer poemas.


Vomitar palavras, expor sentimentos,
trazer a alegria de volta à vida,
Desintegrar a monotonia.


Exterminar o desprazer,
aniquilar a infelicidade,
agir sem tomar cuidado,
viver um minuto sem respaldo.

Edgar Martins

domingo, 24 de fevereiro de 2008

A gaivota

à bela gaivota que bailava no ar


Sobrevoando o horizonte
Interveio o meu olhar
Passeava bela pelas ondas
Dançava sobre o verde mar.

A gaivota me veio de surpresa,
Planava com destreza
Tão leve e doce – forma pura
da Mãe Natureza.

Rainha dos céus,
Princesa alada,
Tão ansiosamente,
Esperarei você voltar.
Edgar Martins

Eu te imploro



Por todas as estrelas
que contêm este iluminado céu;


por todos os raios de sol
que irradiam tua beleza ao meu olhar;


por todas as gotas
que do orvalho refletem tua delicadeza;


por todas as flores
que embelezam os jardins dos meus amores;


por todos os versos
que da tua simplicidade surgiram à minha mente;


por todos os poemas
que nas madrugadas li pensando em você;


por todo este dilema
que declaro vivenciar na forma de um poema,


Ama-me apenas um terço
de tudo do que já amei.

Edgar Martins

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Memórias esquecidas


Levados pelo tempo,
nossos momentos
foram esquecidos


naufragados nas lágrimas
salgadas em que se esconde
a tristeza de amar em vão.


Levadas pela chuva,
nossas risadas
foram caladas,


tragadas por bocas
insensíveis em que se esconde
a decepção de viver em vão.


Arrastados pelo vento,
nossos beijos
foram aniquilados,


dilacerados por corações
definhados em que se esconde
a dor de quem vive para amar em vão.
Edgar Martins

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Versos


Minha inspiração
é o ascender do Sol,
o ciclo das marés,
o cair da noite, o beijo da Lua.


Meus versos são o vem e vai das ondas,
a dança das árvores sob a brisa,
o balançar de uma rede.


Meu poema é a minha forma de expressão,
a tradução de sentimentos,
o alívio da ansiedade e do sofrimento.


Minhas palavras são o meu passatempo...
enquanto passa o tempo,
e não consigo te esquecer.

Edgar Martins


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Declaração por desespero


Declaro a ti, com tais palavras
que a seguir pronunciarei,
todo o meu desespero
que sinto desde que te reencontrei.


Todos aqueles momentos,
breves, porém tão verdadeiros,
marcaram minha memória,
mancharam meu viver.


Choro toda noite
por não mais ter a ti.
Queria viver novamente
toda a paixão que te entreguei.


Peço-te por favor,
não tente compreender
meu áspero desespero
de te querer e não te ter.


Palpitações levemente aceleradas,
pálpebras levemente fechadas.
O sono me arranca as palavras
que o coração quer tanto palpitar.


Aspiração, desejo, loucura;
sentimentos que imaginei
nessa vida jamais sentir,
porém por ti já os louvei.


Não garanto falar de amor,
mas de um desespero inesperado
que a mim foi designado
por este maldito coração.

Edgar Martins

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Escrevendo lágrimas


Ando derramando lágrimas.
Preciso escrevê-las,
transformá-las em verso,
sentir o universo
entrar em harmonia outra vez.


Preciso pensar, escrever.
Derramar as palavras
sobre uma folha de papel.


Preciso fazê-las chorarem,
para que despejem minhas tristezas,
permitir que os versos se encontrem
e façam um lindo poema de amor.


Edgar Martins

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Enfim a noite


Passo as noites
pensando no dia.
Choro às noites
revivendo agonias.


Vegeto em meu leito
preso às memórias
que me frustram,
me corrompem.


Onde mora a noite?
Não sou seu íntimo,
vivo-a sob luzes e,
apesar da claridade,
rendo-me à cegueira
da oca escuridão.


Revivo as cinzas,
mas delas não renasço.
Resumo-me a um espaço
triste, frio, opaco.


Questiono-me
qual o sabor da brisa
banhada pela Lua
da noite clara.


Ouço sua voz
chamando por mim.
O acender da luz
ilumina meus passos
sem rumo.


Quebram-se as correntes,
desforra-se a cama,
Abre-se a porta.


Enfim a noite:


o palco do luar,
onde escondem-se
as mais loucas cenas de amor.

Edgar Martins

Estréia

Bom, sejam bem vindos ao meu novo Blog. Aqui vocês irão encontrar textos, em sua maioria poemas, de minha autoria. Se quiserem divulgá-los para fins educacionais, estejam à vontade, contanto que os textos sejam identificados com minha autoria. Espero que gostem do meu trabalho e estou a ouvidos para toda e qualquer crítica que venha de alguém sério e que queira me ajudar a desenvolver uma evolução na minha poética.

Abraços,

Edgar Martins

Atenção!

Todos os textos são da autoria de Edgar Martins, cujos direitos de autoria são reservados.