segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Enfim a noite


Passo as noites
pensando no dia.
Choro às noites
revivendo agonias.


Vegeto em meu leito
preso às memórias
que me frustram,
me corrompem.


Onde mora a noite?
Não sou seu íntimo,
vivo-a sob luzes e,
apesar da claridade,
rendo-me à cegueira
da oca escuridão.


Revivo as cinzas,
mas delas não renasço.
Resumo-me a um espaço
triste, frio, opaco.


Questiono-me
qual o sabor da brisa
banhada pela Lua
da noite clara.


Ouço sua voz
chamando por mim.
O acender da luz
ilumina meus passos
sem rumo.


Quebram-se as correntes,
desforra-se a cama,
Abre-se a porta.


Enfim a noite:


o palco do luar,
onde escondem-se
as mais loucas cenas de amor.

Edgar Martins

Um comentário:

Anônimo disse...

FODÃO :D
Parabéns Ed! Amei o poema ;]

beeeijos ;*

Atenção!

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