Para Bruna Cook, eternamente.
Inquieto-me a ouvir teus sons,
culmino a minha dor
de sentir calada a minha voz.
Tu me amordaças de um jeito só teu,
fascinante, algoz.
Deito-me ao sol para encontrar
a cura do meu silêncio,
ininterrupto e fulminante.
Tu, com teu jeito sutil e cruel,
me fazes agonizar
num perpétuo semblante
de quem tem algo pra cuspir,
desarmado porém,
por tal jeito vicioso
que me resume ao esforço
de permitir-me render
ao som de tua voz.
Edgar Martins
Circunscríto
Há 6 anos
Um comentário:
evitar descrever a alegria
ou julgá-la constante
até que passe típica e nua
pela janela ou
continuar a esquecê-la
para que volte de surpresa -
não lhe encontre palavras belas
e não saiba como descrevê-la:
tremor, açúcar, letargia.
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